terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Poros abertos

Acho que já falei aqui como ficamos em períodos de criação, apresentações. Parece que uma coisa ou outra que encontramos ou vemos, enfim, sempre encontramos relação com a obra em processo. Ontem à noite não foi diferente: primeiro pós-fim-de-semana de parto, fui ver um filme e acabei vendo outro. Por sorte, acho. "Bela Junie" é um filme antirromântico, como nossa peça. Neste filme francês, os personagens são mais jovens, mas nem por isso deixam de viver, de diferentes formas, o caminho do amor. Lá estão o jovem Werther, romântico e abarrotado de livros que o inspira a fugir da vida concreta; a jovem que se protege; o sedutor que pula de paixão em paixão... Ainda não sei o tamanho do grau real de parentesco com o espetáculo, mas sei que estes personagens não estão ilesos do quanto é chocante amar e encontrar o outro.
Pra saber mais do filme:
www.interney.net/blogs/filmesdochico/2008/11/25/a_bela_junie/
br.youtube.com/watch?v=npK4SMlC4Eo&hl=pt-BR
Posted by Paulo Azevedo

É... Juca!


A peça buscar colocar uma lente de aumento em situações que passam despercebidas no dia a dia e muitas vezes seriam mais chocantes do que as notícias das páginas policiais. Pois bem, o assunto nos pegou no meio do caminho para o ensaio. Um dos primeiros. Tínhamos apenas 10 dias de trabalho para resgatar o que havíamos construído e rever toda a nova estrutura. De repente, no meio desse estado de "cronômetro", um cachorrinho estava no meio da rua. Não era filho de Carlos Drummond de Andrade, mas lá estava ele acompanhado de seu irmão. Dava pra ouvir os prantos de quem nada pode fazer por alguém que está desfalecendo após um atropelamento. Eu, como sempre, não consigo nem reagir. Só de lembrar agora, meu estômago abaixa a temperatura. Não consigo mesmo fazer muito nessas horas. Só dar suporte técnico. Rita já parou o carro e desceu às pressas. Ainda estava vivo, quer dizer, viva. Por coincidência, havíamos parado antes pra comprar um lanche e vimos uma reportagem sobre as apresentações de "Dias Felizes" em BH. Pois foi nesse mesmo jornal, entre classificados e horóscopo, que ela foi levada ao veterinário. Chocante ver os olhos de seu irmão, travado nas quatro pernas, de pânico absoluto. Imagina o que esse coitado não viu e sentiu logo nos primeiros momentos de vida? Paraliso. É, não deu. Ela não resistiu. E ele sabia disso, não sei como. Bicho sabe. Corações murchos, voltamos para os ensaios. Dessa vez, acompanhados de... Juca. Sim, Rita adotou, não resistiu a este atropelado olhar de quem pede colo, abaixa as pernas de medo e faz xixi de tanta alegria de ter uma casa. O que isso tem a ver com a peça? Não sei, mas acho que entrou em algum lugar...
Obs.: Na foto, os primeiros instantes, ao lado de Manoel, o gato que dorme quando o ensaio está entediante ou sobe nos nossos colos quando já deu a hora de ir embora.
Posted by Paulo Azevedo

rita

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ensaio

paulo

paulo
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ESTRÉIA

5 de agosto, às 20h, no Teatro Alterosa
Únicas apresentações: 12,19 e 26 de agosto, todas Terças-feiras do mês, sempre às 20 horas.
Info: 3237-6611

ensaio

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